Inovar nas aulas de educação física é sempre uma ótima maneira de engajar os alunos, e incluir o Esporte Orientação nos planos de aula pode ir muito além. Nesta modalidade interdisciplinar, o aluno coloca em prática conceitos que aprendeu dentro de sala de aula: matemática, geografia e português.
A orientação ou corrida de orientação propõe contato direto com a natureza, e é uma excelente forma de exercitar o corpo e a mente. Os benefícios deste esporte ultrapassam os limites da quadra, e desde que teve o primeiro contato com a orientação, Marion Costa se tornou uma referência na modalidade. Atleta e professora, ela aproveita seus conhecimentos, e os compartilha não só com outros professores, como também em sala com seus alunos.
“É um esporte moderno e transdisciplinar. Ele é um meio que você usa conceitos de diversas disciplinas como geografia, matemática e educação física. Dentro da escola essa modalidade pode ser revolucionária. É um esporte que trabalha o lado intelectual, porque você vai usar conceitos de diversas disciplinas, e ainda colocar em prática atitudes importantes, como saber fazer escolhas e autonomia. Tem várias características que fazem com que proporcionam uma educação integral.
”Para atletas profissionais a orientação demanda muito treinamento intelectual e físico. Por ser praticado na natureza, o corpo precisa estar ambientado e adaptado para correr em diferentes terrenos e situações climáticas.
Já na educação física, a modalidade pode ser ensinada de forma muito mais simples e não necessariamente em um ambiente aberto. Na escola não é preciso focar no treinamento, e sim na questão intelectual. O português e a matemática são as principais disciplinas, e o esporte orientação pode ser um complemento. Na prática desta modalidade se utiliza a matemática o tempo todo para seguir uma sequência, trabalhar com escala e conferir códigos.
Como citamos anteriormente, incluir o esporte orientação nas aulas de educação física é uma forma de inovar no planejamento. Segunda Marion, pode haver uma resistência no início, mas ela acredita que propor um ambiente participativo entre os alunos é a solução para criar uma brecha.
“Quando você apresenta um esporte ou uma modalidade diferente das mais tradicionais, você tem uma carta na manga. A educação física escolar ainda é muito tradicional. Muitos professores ainda se limitam. Mas existe um grupo novo, e tem a demanda pela inovação e implementação de conteúdos da BNCC. Eu, como professora, notei que existe uma certa resistência. Não posso falar que todos os alunos aceitam. Eles estão costumados a aprender sempre a mesma coisa e acham que o que estamos ensinando de novo não é legal. Depois que você mostra, e ele entende que aquilo faz parte de um contexto maior, ele se abre para o novo.
Outro benefício importante do esporte orientação na escola, é que esta modalidade pode ser usada como gatilho para falar sobre meio ambiente e sustentabilidade. “Este esporte foi basicamente criado para ser praticado na natureza – o que não quer dizer que você não possa praticar em escolas ou na cidade. Para colocar qualquer ser humano para fazer esportes na natureza, é preciso de aclimatação. Principalmente nossas crianças urbanas. Existem crianças que nunca estiveram em contato com bosques ou florestas e não entendem porque não sujar o ambiente. Vivenciar o esporte nesses ambientes faz com que você entenda a razão de não fazer isso. Este esporte faz com que você dê valor ao seu campo de jogo.”
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